terça-feira, 27 de outubro de 2009

Classicismo

Classicismo

O Renascimento foi um grande movimento econômico, cultural e científico, começou na Itália, no fim da Idade Média e foi se espalhando rapidamente por toda a Europa, tinham como objetivo de vida as seguintes características: necessidade de caminhos marítimos para o Oriente, em busca de especiarias, grande avanço científico, que proporcionou as grandes navegações, a nova concepção do homem e o questionamento de algumas práticas da Igreja Católica. Nesse período houve um grande avanço nas artes que substituíram as artes medievais pela noção de perspectiva, pela multiplicação das cores e pela perfeição que as formas humanas passaram a ser retratadas. A literatura também ganhou um estilo novo, mais centrado no ser humano, nos seus problemas e nas suas conquistas. Essa visão antropocêntrica não surgiu pela primeira vez no Renascimento, pois os antigos gregos já tinham construído uma sociedade baseada nela. Daí o nome Renascimento – uma associação ao ressurgimento de alguns valores que haviam caracterizado a cultura greco-romana clássica.
À luz dessas idéias, iniciou-se, no século XVI, o movimento literário chamado Classicismo.
Em Portugal, o Classicismo teve seu início no ano de 1527, com o retorno de Sá de Miranda da Itália, e como marco final, 1580, ano em que Portugal passou para o domínio espanhol. Sá de Miranda traz até seu país um novo ideal de poesia: a medida nova - os sonetos de versos decassílabos, já cultivados por Dante Alighieri e Petrarca na Itália.

Principais Características do Classicismo:


Imitação dos autores greco-romanos, modelos de perfeição estética;

Obediência às regras;

Busca da perfeição formal das obras, e na perfeição estética;

Racionalismo: equilíbrio entre razão e emoção, entre razão e imaginação;

Impessoalidade;

Universalismo dos valores ideais do bem, da beleza e da verdade.

Uso da mitologia: o uso dos deuses e das musas inspiradoras

Uma linguagem sóbria, simples, sem excessos de figuras literárias.

Amor platônico: os poetas clássicos revivem a idéia de Platão, de que o amor deve ser sublime, elevado, espiritual, puro, não-físico.

Entretanto, o ideal de perfeição e equilíbrio estético do classicismo em nenhum momento se impôs de forma absoluta, às características medievais sobreviveram durante o período todo.


O renascimento literário se destacou, em Portugal, durante o período conhecido como Classicismo, entre 1527 e 1580. O marco de seu início é o retorno a Portugal do poeta Sá de Miranda, que passou alguns anos estudando na Itália, de onde traz as inovações dos poetas do Renascimento italiano, como o verso decassílabo e as posturas amorosas do Doce Stil Nouvo. Mas foi Luís de Camões, cuja vida se estende exatamente durante este período, quem aperfeiçoou, na Língua Portuguesa, as novas técnicas poéticas, criando poemas líricos que criam rivalidadeesma forma: ao na Itento, pois os antigos gregos jemas e nas suas conquistasum rivalidade em perfeição formal com os de Petrarca e um poema épico, “Os Lusíadas”, que, à imitação de Homero e Virgílio, traduz em verso toda a história do povo português e suas grandes conquistas, tendo, como motivo central, a descoberta do caminho marítimo para as Índias por Vasco da Gama em 1497/99. Para cantar a história do povo português, em Os Lusíadas, Camões foi buscar na antiguidade clássica a forma adequada: o poema épico, gênero poético narrativo, desenvolvido pelos poetas da antiguidade para cantar a história de todo um povo. A Ilíada e a Odisséia, atribuídas a Homero (Século VIII a. C), através da narração de episódios da Guerra de Tróia, contam as lendas e a história heróica do povo grego. Já a Eneida, de Virgílio (71 a 19 a.C.), através das aventuras do herói Enéas, apresenta a história da fundação de Roma e as origens do povo romano. Ao compor, Os Lusíadas, publicado em 1572, Camões copia a estrutura narrativa da Odisséia de Homero, assim como versos da Eneida de Virgílio. Utiliza a estrofe em Oitava Rima, inventada pelo italiano Ariosto, que consiste em estrofes de oito versos, rimadas sempre da mesma forma: A B A B A B C C. A epopéia se compõe de 1102 dessas estrofes, ou 8816 versos, todos decassílabos, divididos em 10 cantos.


Principais Autores do Classicismo:


João de Barros: que ganhou destaque na historiografia, com a obra Décadas, onde narra a história das conquistas, navegações e comércio dos portugueses. (epopéia);

Fernão Mendes Pinto: que se sobressaiu na literatura de viagem, com Peregrinação e Bernardim Ribeiro com a novela Menina e Moça;

Antônio Ferreira: criou a peça Tragédia de Dona Inês de Castro;

Sá de Miranda: foi quem trouxe o novo ideal de poesia para Portugal, foi com a volde de Sá de Miranda que o Classicismo começou;

Luís Vaz de Camões: foi Camões quem aperfeiçoou, na língua portuguesa, as novas técnicas poéticas, criando poemas líricos;

Fernão Cardim;
Bernardim Ribeiro;
Diogo Bernardes: importante para o Brasil, cousou-se com uma índia brasileira e residiu no Brasil;
Damião de Góis.


Biografia de Camões

Não se sabe muito sobre a vida de Luiz Vaz de Camões, são poucos os documentos que provam, com toda certeza, como foi sua vida.

Não se sabe ao certo, mais Camões nasceu em torno de 1524/1525, provavelmente em Lisboa, seu pai chamava-se Simão Vaz de Camões e sua mãe Ana de Sá, não se sabia a que classe social ele pertencia, desconfia-se que era da nobreza, porém pertencer a nobreza não era significado de ter dinheiro. Camões estudou no mosteiro de Santa Cruz de Coimbra com a ajuda de seu tio, Dom Bento de Camões, que era uma espécie de “Reitor” escolhido pela realeza da Universidade de Coimbra, não se sabe se Camões cursou uma universidade.
Em 1547, Camões foi para Ceuta, na África, onde participou de várias batalhas, e em uma delas perdeu o olho direito, não se sabe o motivo de ele ter ido a Ceuta. Em 1549 ou 1550 Camões retornou a Lisboa.
Em 1552, foi preso pro ferir um soldado real em uma briga de rua, porém em 1553 foi perdoado por Dom João III, dias depois, Camões foi para as Índias, para servir o rei em serviços militares, nessa viagem, seu navio naufragou e diz a lenda que ele as slavou com um braço, com outro salvou sua principal obra Os Lusíadas, que já estava em fase final, e sua companheira, Dinamene, morreu. Em 1567 ele retorna a Portugal, porém o capitão do navio o deixou na costa de Moçambique, onde o historiador português Diogo Couto o encontrou vivendo miseravelmente, ele ajudou Camões a voltar para Lisboa e em 1569 ou 1570 Camões chegou a Lisboa, ou seja, mais ou menos 17 anos depois de sua partida as Índias.
Em 1572 Camões publicou Os Lusíadas, tempos depois a caroa lhe deu 15 mil réis. Camões morreu na cama de um hospital, totalmente pobre em 1580.


Obras

Camões teve como obra lírica, a poesia Rimas, publicada em 1595, nessa obra Camões intercalou entre a tradição poética portuguesa, que era o poema em medida velha (redondinhos maiores e menores) e as inovações renascentistas, usando a medida nova (versos decassílabos). Geralmente na medida velha os temas eram ingênuos e graciosos, porém Camões também os usava para temas graves e dramáticos.

“E vi que todos os danos
se causavam das mudanças
e as mudanças dos anos;
onde vi quantos enganos
faz o tempo às esperanças.
Ali vi i maior bem
quão pouco espaço que dura,
o mal quão depressa vem,
e quão triste estado tem,
quem se fia da ventura”

In A. J. da Costa Pimpão. Op. cit. pág. 17.


Já a medida nova é o ponto mais alto de todo o Renascimento português, com ela Camões se tornou um dos principais autores do Renascimento Europeu. Na medida nova as poesias contrapõem a dura realidade humana: ao bem, nossa fragilidade; á beleza, nossas imperfeições; ao amor, nossa infelicidade. Dessa contraposição entre o ideal e a realidade ira surgir o Barroco. Os temas prediletos de Camões para a medida nova são amor, mutualidade e o desconcerto do mundo. O amor era tão importante para Camões que para ele isso era um ideal superior, único e perfeito, que seres decaídos como nós somos incapazes de atingir esse ideal, resta nos contentar com o amor físico, que é uma simples imitação do amor ideal para Camões.

“Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minh’alma transformada, que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar, pois consigo tal alma está liada”

In A,J. da Costa Pimpão Op. cit. pág. 126.


Camões teve também,dentre suas obras, teatro de comédia, como: Anfitriões, El Rei Suleuco e Filodelmo.
A obra épica de Camões foi a principal obra do renascimento e de sua vida: Os Lusíadas!
Os Lusíadas foi publicado em 1572 pra imortalizar os grandes feitos do povo português, porem em 1580 Portugal perdeu sua independência para a Espanha.
Camões se apoiou muito nos clássicos de Homero (a Ilíada e a Odisséia) e, sobretudo em Virgilio (a Eneida).
Os Lusíadas tem 8.816 versos decassílabos, divididos em 8 estrofes cada verso, dando um total de 1.102 estrofes, com rimas no esquema ABABABCC e por fim, o poema é dividido em dez cantos. O poema trata de contar os grandes feitos de Portugal, que é uma viagem ocorrida em 1497, por Vasco da Gama, para descobrir o caminho marítimo para as Índias e Vasco da Gama torna-se o heróis do poema, representando o povo português.
O poema é divido em três partes: Introdução (estrofes 1 a 18), Narração (estrofes 19 a 144) e Epílogo (estrofes 145 a 156) e a Introdução é subdividida em três partes:

Proposição (estrofes 1 a 3): onde é anunciado o assunto do poema: feitos heróicos dos portugueses;
Invocação (estrofes 4 e 5): os poetas pedem inspiração dos deuses;
Dedicatória (estrofes 6 a 18): onde Camões dedica o poema a D. Sebastião, rei de Portugal.

A narração é a maior parte do poema. Inicia-se em plena ação. Vasco da Gama e sua frota se dirigem para o Cabo da Boa Esperança, com a intenção de traçarem o caminho marítimo para a Índia. Auxiliados pelos deuses Vênus e Marte e perseguidos por Baco, os heróis portugueses passam por diversas aventuras, sempre comprovando seu valor e fazendo prevalecer a fé cristã. Ao pararem em Melinde, ao atingirem Calicute, ou mesmo durante a viagem, os portugueses vão contando a história dos feitos heróicos de seu povo. Completada a viagem, são recompensados por Vênus com um momento de descanso e prazer na Ilha dos Amores, verdadeiro paraíso natural que em muito lembra a imagem que então se fazia do Brasil, que acabava de ser descoberto.
No epílogo Camões lamenta o fim do período mais grandioso de sua história.
Ao longo do poema, alguns cantos ganharam destaque como “Inês de Castro”, “O Gigante Adamastor” e etc..

“Inês de Castro” (Canto III) – Conta a história dos amantes Dom Pedro e Inês, quando o pai de Dom Pedro, Dom Afonso IV, resolve casar seu filho, ele se recusa, pois ama Inês e só se casaria com ela, como ela não fazia parte da nobreza isso seria quase impossível, assim, Dom Afonso IV manda assassinar o amor da vida de seu filho, quando Dom Pedro toma conhecimento disso, manda matar todos os que participaram do assassinato de Inês. Tempos depois Pedro colocou uma roupa de rainha no corpo de Inês e fez todos beijarem a mão da Rainha, pois eles se casaram antes de ela morrer.

“Velho do Restelo” (Canto IV) – Quando os navios vão zarpar, um velho, de aspecto impressionante, faz um discurso contra a aventura marítima, prevendo o pior e a decadência da pátria.


“O Gigante Adamastor” (Canto V) – O gigante Adamastor, que foi transformado em rochedo como castigo por seu amor pela ninfa Tétis é identificado com o Cabo das Tormentas, no sul da África.

“Ilha dos Amores” (Canto IX e X) – Tétis colocou na rota de volta dos portugueses uma ilha paradisíaca, perfeita, com ninfas, comida, flores, ouro e etc.
Vasco da Gama, foi quem descobriu o caminho as Índias .
Gigante Adamastor, canto V
Velho do Restelo, canto IV
Inês de Castro, canto III
Ilha dos Amores , canto IX
Camões, autor de "Os Lusíadas"